Ouço barulho de portão. Mas não, não é aqui.
Aqui não há ninguém para chegar, apesar da minha espera.
Aqui é só nó na garganta, pensamento-palavra, sentimento-dor.
É uma alegria triste. Da corda que desgastou.
Do cordão que se rompeu. Mesmo?
É espera sem chegança?
É comigo mesma. Escrevendo direto daqui, donde é beira de palavra, beira de abismo.
Do limite, triste, da compreensão que – jura – tentou. Mas não deu. Não deu?
E dói barriga, e dói músculo que palpita. Dor doída. Doía o dia.
É cansaço, do mundo vasto mundo.
E nem a poesia me salvará.
- Salvação? Mas que bobeira, êita que é tombo besta. Desses que se cai e se levanta.
E se os momentos felizes que criaram raízes?
Sei não.
Se não há água elas mínguam.
Hão de fertilizar o solo que sou para novas fecundações.
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Dói, doía o dia.
Mesmo.
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