terça-feira, 13 de julho de 2010

Dói o dia

Ouço barulho de portão. Mas não, não é aqui.

Aqui não há ninguém para chegar, apesar da minha espera.


Aqui é só nó na garganta, pensamento-palavra, sentimento-dor.

É uma alegria triste. Da corda que desgastou.

Do cordão que se rompeu. Mesmo?

É espera sem chegança?


É comigo mesma. Escrevendo direto daqui, donde é beira de palavra, beira de abismo.

Do limite, triste, da compreensão que – jura – tentou. Mas não deu. Não deu?


E dói barriga, e dói músculo que palpita. Dor doída. Doía o dia.


É cansaço, do mundo vasto mundo.

E nem a poesia me salvará.


- Salvação? Mas que bobeira, êita que é tombo besta. Desses que se cai e se levanta.


E se os momentos felizes que criaram raízes?

Sei não.

Se não há água elas mínguam.

Hão de fertilizar o solo que sou para novas fecundações.


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Dói, doía o dia.

Mesmo.


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